
Em 2021, o número de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação manteve-se nas alturas e chegou a bater novo recorde: foram 430 casos, dois a mais que os 428 registrados em 2020, ano em que houve uma verdadeira explosão das violações à liberdade de imprensa no Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro, assim como no ano anterior, foi o principal agressor. Sozinho ele foi responsável por 147 casos (34,19% do total), sendo 129 episódios de descredibilização da imprensa e 18 de agressões verbais a jornalistas.
Os dados constam do Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2021, lançado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) nesta quinta-feira, em evento on-line.
O relatório da FENAJ apresenta os números gerais das violações à liberdade de imprensa e as análises feitas pela entidade, com a classificação das violências por categorias (de assassinatos a cerceamentos por meio de ações judiciais), regiões/estados, gênero e tipos de mídia, além da apresentação dos agressores.
Em 2021, a categoria Censura ultrapassou a Descredibilização da Imprensa (quando o agressor ataca veículos de comunicação, a mídia de forma genérica e os/as jornalistas também genericamente com o objetivo de desqualificar e desacreditar o jornalismo), que predominou em 2020 e 2019. A mudança foi uma consequência direta das censuras ocorridas na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), sob direção do governo Bolsonaro.
O Centro-Oeste manteve-se como a região mais violenta e o Distrito Federal como a unidade federativa com maior número de casos, justamente em decorrência das censuras na EBC. Os políticos continuaram a ser os principais agressores, com destaque para o próprio presidente da República. Os jornalistas mantiveram-se como maior número de vítimas no geral, mas as mulheres foram as que sofreram mais agressões verbais/ataques virtuais.
Paraná registrou o maior número de ocorrências entre os estados do Sul
No relatório da FENAJ sobre a Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa, o Paraná é o que mais registra casos entre os estados do Sul do Brasil. Alguns foram relatados à Federação pelo Sindijor Norte PR:
AGRESSÕES FÍSICAS
- 16 de maio/2021: Jornalistas da Massa sofrem ataque covarde em Londrina
- 28 de setembro/2021: Sindicatos e FENAJ repudiam agressão a repórter cinematográfico da RIC Record TV Londrina
ATAQUES VERBAIS / ATAQUES VIRTUAIS
- 7 de setembro/2021: Sindijor Norte PR repudia agressões a repórter da TV Tarobá
- Mais uma equipe de jornalismo da TV Tarobá e blogueiro da Tarobá News são hostilizados
- 15 de setembro/2021: Todo apoio a José Maschio, nosso “Ganchão”
AMEAÇAS / INTIMIDAÇÕES
- 6 de março/2021: Nota repúdio: Bomba deixada em frente a RPC de Maringá expõe escala autoritária do radicalismo
CERCEAMENTOS À LIBERDADE DE IMPRENSA POR AÇÕES JUDICIAIS
- Setembro/2021: Basta, família Boca Aberta
- Polícia Civil indicia jornalista José Maschio por noticiar conduta irregular de juíza de Londrina
IMPEDIMENTO AO EXERCÍCIO PROFISISONAL
- 1º de outubro/2021: Jornalistas ficam presos enquanto Jair Bolsonaro desfila com ares de comício eleitoral em Maringá
VIOLÊNCIA CONTRA A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES
Relatório completo
Baixe o Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2021 :
Texto: FENAJ, com modificações do Sindijor Norte PR