O Sindijor Norte PR e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) repudiam os novos registros de ataques realizados por apoiadores de Jair Bolsonaro durante a cobertura de protestos da última terça-feira (7 de setembro), em Londrina. Despois de atos de violência contra o jornalista Silvano Brito, repórter da TV Tarobá, outra equipe, desta vez com a presença da jornalista Soraia Barros, foi recebida com hostilidade. A profissional deu continuidade aos registros na PR-445, onde pessoas causaram congestionamentos e a parada de caminhões, quando foi abordada por um homem, sem máscara, que aos gritos tentou mandar a equipe embora.

A equipe da TV Tarobá até tentou permanecer no local, mas a fala do “cidadão de bem”, que mostrou não ter qualquer preocupação com a saúde alheia, provocou a reação de outros participantes que investiram contra a equipe e colocaram a vida da repórter Soraia Barros em risco ao se aproximarem, também sem máscaras, de onde ela tentava expor a situação.

Assista aos trechos das agressões (via TV Tarobá*):

Este Sindicato lamenta a situação. Atos democráticos precisam ser cobertos pela imprensa, não importa o lado, mas é necessário respeito ao trabalho dos jornalistas. Por mais que o Sindijor Norte PR se posicione contrário ao atual presidente, que ataca a categoria e outros cidadãos brasileiros, é preciso que haja espaço aos dois tipos de manifestação nos noticiários. Mas para tudo há um limite, que tem sido claramente exacerbado.

O Sindicato mantém contato com os jornalistas que foram interrompidos e até impedidos de permanecer apenas fazendo o seu papel: cobrindo uma manifestação, levando informação para a população. Além da disposição em ajudar, houve a preocupação com a saúde, dado o contato com pessoas que não utilizavam máscaras em meio à pandemia de Covid-19.

Não é de se surpreender que esses apoiadores, que usurparam a bandeira do Brasil em um falso patriotismo, sigam a cartilha das agressões do desgoverno Bolsonaro. Nas redes sociais, um blogueiro da Tarobá News, Fernando Brevilheri, também foi hostilizado e chamado de “comunista” por publicar uma foto onde um morador de rua foi flagrado no chão durante uma passeata pelo País. “Ser jornalista num país dividido tornou-se risco à integridade física”, conta Brevilheri.

Essas hostilidades seguem acontecendo onde não há espaço para a “verdade” deturpada de apoiadores de Jair Bolsonaro. Entre os comentários de uma reportagem exibida no programa “Primeira Hora, da TV Tarobá, no YouTube, há ataques de “cidadãos de bem”, incomodados com apenas receberem informações sobre seus próprios atos:

O Sindijor Norte PR e a FENAJ estão do lado dos jornalistas. Aos manifestantes, que procurem uma escola de boas maneiras, e se não puderem encontrar uma, agradeçam ao dono do curral, Jair Bolsonaro.

*Corte retirado do vídeo disponível no canal Tarobá Jornalismo

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