
O jornalista Nelson Bortolin, membro do Conselho Fiscal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR), participou, na terça-feira (23), de audiência pública proposta pelo deputado estadual Goura (PDT) para discussão de um protocolo de comunicação a familiares de vítimas fatais no estado do Paraná.
A participação de Nelson ocorreu de forma remota enquanto a audiência acontecia presencialmente em auditório da Assembleia Legislativa (Alep), na capital do Estado. Participaram do debate representantes de órgãos da segurança pública – como Polícia Cívil, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros – e entidades de classe, como a Ordem dos Advogados do Brasil-Paraná (OAB-PR), o Sindijor Norte PR e o Sindijor PR, representado pela jornalista Silvia Valim.
A diretora do Sindijor PR destacou a necessidade da imprensa cumprir o Código de Ética dos Jornalistas para evitar exposição de vítimas de acidentes de trânsito e outras mortes violentas no Estado.
“Em caso de morte, a família deve ser avisada por profissionais qualificados e não pela imprensa, como muitas vezes ocorre. Infelizmente, muitos meios de comunicação violam garantias constitucionais. Essas empresas passam por cima de procedimentos básicos, como saber se a família já tem a notícia, o que incorre em uma grave violação ética”, destacou a diretora.
Nelson complementou a fala de Silvia com exemplos práticos de sua vivência na cobertura humanizada de mortes causadas pelas forças policiais por meio da Rede Lume de Jornalistas. Ele citou a proximidade do site independente com o grupo “Justiça por Almas – Mães de Luto em Luta“, que reúne familiares de jovens mortos em supostos confrontos em Londrina.
“O fato é que nunca é o Estado, a polícia, que comunica a morte dos familiares. Via de regra são vizinhos. Muitas mães também ficam sabendo das mortes por redes sociais. E eles (familiares) reclamam muito que, além de não serem comunicados, ao chegarem ao local onde os filhos foram mortos, reclamam de descaso por parte dos agentes que ali estão e, às vezes até, de deboche”, contou Nelson.
Em março deste ano a Lume realizou um debate sobre letalidade policial no Paraná em parceria com o grupo Justiça por Almas e rádio UEL FM, com apoio do Sindijor Norte PR e da Frente Antirracista. Nele, familiares puderam expor suas histórias e cobrar respostas do Estado.
É possível rever a audiência pública, que foi transmitida ao vivo, por meio do canal do YouTube da TV Assembleia do Paraná.
Sindijor Norte PR apoia audiência pública sobre mortes pela polícia
O Sindijor Norte PR articula, junto a familiares de jovens mortos em ações policiais e outras entidades e coletivos, a realização de uma audiência pública para discussão da letalidade policial em Londrina. Apenas em 2022, as polícias, sobretudo a Militar, foram responsáveis pela morte de 488 paranaenses, 50 na cidade. Ainda não há data para realização da audiência.
Foto/destaque: Valdir Amaral, da Alep