O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR), Danilo Marconi, esteve no início da tarde de hoje (28) no 6º Distrito Policial de Londrina, onde registrou boletim de ocorrência devido às ameaças aos jornalistas da base do sindicato durante o movimento dos caminhoneiros. São pelo menos quatro casos em Londrina e dois em Maringá.

Em um dos episódios, manifestantes ameaçaram atirar de um viaduto um repórter da RPC caso ele dissesse algo considerado negativo pelo movimento. Já uma equipe da RIC TV teve o carro cercado por um grupo com barras de ferro. No último domingo (27), manifestantes também cercaram a sede da RPC Londrina proferindo ofensas aos funcionários.

O Sindijor Norte PR recomenda que os próprios profissionais que forem vítimas de ameaças registrem queixa e representem contra os autores. O assessor jurídico do sindicato, Davidson Santiago Tavares, explica que se trata de um crime de ação penal pública condicionada, ou seja, é necessário haver representação da vítima para que os órgãos competentes abram inquérito e entrem com ação penal. O prazo para representação é de seis meses.

“Bom destacar que a ameaça verbal pode também vir cumulada com outros crimes, como por exemplo, injúria, difamação ou até mesmo calúnia.
Além disso, pode ainda configurar a contravenção penal de perturbação do trabalho alheio. Portanto é importante que o jornalista que sofre qualquer tipo de perturbação ou ameaça comunique o fato à autoridade policial e, se possível, faça a identificação dos agentes, requerendo a representação”, esclarece o advogado.

Outra recomendação é que, mesmo que não faça o boletim de ocorrência, o jornalista comunique o fato – preferencialmente por escrito – à empresa de comunicação na qual trabalha, para resguardar seus direitos.

Em nota divulgada no sábado (26), no site do sindicato, a diretoria já tinha manifestado sua posição de revolta e preocupação com a situação de repórteres que atuam na cobertura dos protestos na região e que estão sendo alvo de ameaças e agressões verbais.

No BO, Danilo Marconi também relatou o que ouviu do próprio presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Londrina e Região, Carlos Roberto Dellarosa. O mesmo disse que jornalistas “que falarem mal” do movimento serão “escorraçados e expulsos a pontapés”. A ameaça ocorreu em conversa pessoal, quando a direção do sindicato dos jornalistas cobrou das lideranças o devido respeito aos profissionais.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná lembra que o direito de greve é constitucional, assim como a liberdade de imprensa. “Atacar jornalistas é um golpe extremamente baixo. Diante de tais ameaças, pedimos que as empresas resguardem a segurança de seus funcionários”, cobra.

Imagem/destaque: Valdete da Graça

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