
A crise em O Diário de Maringá, que agora começa a vir a público, vem sendo objeto de ações do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná desde o ano passado. Foram várias reuniões com os colegas de O Diário, tentativas de negociação com os diretores da empresa e medidas legais que culminaram em uma ação coletiva apresentada à Justiça pelo sindicato em janeiro deste ano.
Além de três diretores do sindicato em Maringá (uma novidade da atual gestão, a maior participação na cidade em muitos anos) acompanhando de perto a situação, diretores de Londrina fizeram diversas viagens para se reunir com os jornalistas de O Diário. Logo que tomamos conhecimento dos problemas graves enfrentados pelos colegas, com salários atrasados, benefícios não pagos e outros direitos desrespeitados, procuramos a diretoria do jornal para cobrar soluções. Assim como os funcionários, ouvimos só promessas, mas nada de ações efetivas.
A assessoria jurídica do sindicato, acionada também desde o início das conversas, deu todo o respaldo legal (e gratuito) aos jornalistas de O Diário, apresentando as possíveis saídas jurídicas para o imbróglio. Embora cientes de seus direitos, os funcionários optaram por dar mais tempo aos patrões para que resolvessem as pendências, o que não aconteceu. Nosso advogado representou os jornalistas na assembleia geral de credores de O Diário, que delibera pela aprovação ou não do plano de recuperação judicial apresentado pela empresa – se rejeitado, a empresa entra em falência. A decisão final foi adiada para março.
Diante de tantas promessas e com a saúde financeira dos funcionários em colapso, o sindicato ingressou com ação coletiva na Justiça no fim do mês passado, na volta do recesso forense, exigindo o pagamento de salários e outras dívidas. O processo tramita na 1ª Vara do Trabalho de Maringá.
Paralelamente, o sindicato acompanha o trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), que abriu um inquérito civil para apurar as irregularidades trabalhistas em O Diário. No curso desse inquérito, o MPT tentou propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ao jornal, mas seus representantes não quiseram saber de acordo. O MPT ajuizou, então, uma ação civil pública contra a empresa. Um pedido de liminar para garantir pagamentos aos funcionários foi negado pela Justiça e a ação segue tramitando.
Mais uma vez, nos posicionamos ao lado dos jornalistas na decisão de deflagrar uma greve em O Diário. O sindicato oficiou o jornal no início desta semana e está prestando todo o auxílio aos colegas. Junto com eles, estivemos na Câmara de Vereadores de Maringá hoje (8) para expor as mazelas dos profissionais e pedir apoio à sociedade.
- Leia mais: Jornalistas de O Diário entram em greve
Assim, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná confirma – ao contrário dos donos de O Diário, com ações, e não palavras – o compromisso de defender os interesses e garantir os direitos dos jornalistas. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também apoia a luta dos profissionais.