Ato 1: Reunião convocada pela DPU (Defensoria Pública da União), Prefeitura de Londrina e adjacências. Assunto: questão da moradia em Londrina (especialmente ocupação Flores do Campo). Horário : 9 h da manhã, deste 08/02, no Auditório da Prefeitura.
Ato 2: Estamos todos lá, entidades, coletivos e o povo do Flores do Campo. Aí avisam, a reunião foi cancelada. O funcionário público, que deveria ser defensor público (pelo menos ganha para isso), Sérgio Fumio Oura, nem aparece para justificar.
Um defensor público virou vassalo do capital? Com a palavra o senhor Oura (é advogado, espero, nem sei se tem título de doutor). Espero, sim, que tenha ‘vergonha na cara’ para explicar tamanho descaso com o povo.
Cena 2: A Justiça Federal é acionada. E lá vamos nós, entidades, coletivos e o povo do Flores do Campo (mulheres, crianças, idosos).
Ato 1 da cena 2: A juíza, que decidirá sobre a vida de 161 famílias (mais de 800 pessoas) está de licença. O substituto dela também está de licença (lesão no joelho da pelada de futebol?).
O prazo para desocupação é 20 de fevereiro. As 161 famílias serão expostas a uma violação constitucional (artigo que trata da dignidade da pessoa humana).
Mas os doutos juízes (auxílio-moradia que recebem é maior que o salário de 92% dos brasileiros) estão a emendar suas licenças médicas com o carnaval.
O povo? O povo se se coloque no seu lugar, nesse retrocesso civilizatório em que vivemos.
E o momento que esse caldeirão explodir?
Por José Maschio
Jornalista aposentado, José já foi editor do Jornal de Londrina, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e correspondente da Folha de São Paulo