O jornalismo burguês ou comercial criou o mito da imparcialidade. E as universidades, com raras exceções, levam o mito da imparcialidade ao pé da letra. Ou seja, as universidades (e as faculdades de Jornalismo) reproduzem o conceito de imparcialidade que tanto interessa ao mercado e as empresas de mídia.

Mas onde a imparcialidade? Ouvir os dois lados para elaborar um texto é solução democrática. Não de imparcialidade. A imparcialidade da mídia (impressa, televisiva ou de rádio) não chega a ser uma notícia falsa. Mas falseia a realidade.

No momento da pauta. Da escolha do que é notícia é que se dá esse falseamento da realidade. Não por acaso os espaços ocupados no noticiário são do mercado e o que interessa ao mercado. Ou o que interessa à classe dominante, que a mídia comercial é refém e partícipe do poder.

Direitos elementares, Justiça Social. Combate à desigualdade. Respeito às minorias. São assuntos que ocupam espaços ínfimos na mídia comercial. Tudo isso pode ser percebido, sem viseiras, por quem trabalha no jornalismo comercial.

O bom combate do jornalismo sindical. Especialmente na mídia sindical dos jornalistas é desmascarar essa imparcialidade. É desmistificar. É ter lado na história. E o sindicalismo, pela própria natureza da eterna luta de classes, tem que estar do lado das minorias sociais e econômicas.

O que caracteriza o jornalismo sindical é seu posicionamento, claro, incisivo e militante em defesa dos trabalhadores e dos oprimidos. Ou não teria sentido existir o jornalismo sindical. E de solidariedade às lutas populares.

Também não tem sentido fazer jornalismo sindical com a mesma linguagem e conteúdo do jornalismo burguês/comercial. Aí estaríamos a reproduzir o que faz os dominantes. Ou seja, seríamos tão opressores quanto eles.

O jornalismo sindical tem que ter linguagem clara, didática, quase intimista. E ser militante. Agressivo quando necessário. Panfletário sempre que preciso. Ou não tem razão de ser. Por acreditarmos na luta sindical é que defendemos um jornalismo sindical militante e, quando necessário, panfletário.

Sobre mídias sociais e militância sindical

O bom sindicalista, aquele que faz o bom combate, é antes de tudo um propagandista de ideias. Isso significa utilizar sempre as redes sociais como ferramenta para publicizar essas ideias.

Logo, não tem sentido o militante sindical ter pudores intelectuais em usar as redes sociais para popularizar e divulgar as ações sindicais cotidianas do seu sindicato. Não pode ser também, o militante sindical, negligente nisso de divulgar o máximo possível suas ações sindicais.

A negligência militante em divulgar o que faz o seu sindicato é quase uma doença, infantil, na nossa categoria. Precisamos nos curar dessa doença sindical e assumirmos como compromisso, de todos os diretores, isso de publicizar as atividades do Sindicato.

Imagem: truthseeker08 via Pixabay


Por José Maschio

Jornalista e diretor do Sindijor Norte PR. José já foi editor do Jornal de Londrina, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e correspondente da Folha de São Paulo.

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