Vivemos um impasse em Londrina. Um impasse que criminaliza a vítima e “protege” o acusado. Falo do caso de assédio sexual do médico da UEL, Mario Sérgio Azenha de Castro.
Sob a “desculpa” de que o acusado ainda não é réu, veículos de comunicação e entidades (até mesmo aquelas de defesa da mulher) omitem o nome do médico assediador.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná, em reunião da diretoria, decidiu ir pelo caminho oposto a essa onda de “passar pano”. Damos o nome e o sobrenome do acusado, aliás contumaz acusado de assédio.
É entendimento nosso (Coletivo de Diretores do Sindicato dos Jornalistas) que para exercitar a cidadania plena é necessário ter coragem para enfrentar os poderosos, em defesa das vítimas. Se isso pode ter consequências, serão elas bem-vindas para eliminarmos a hipocrisia social que vivemos. É preciso e necessário enfrentar o retrocesso civilizatório, onde os poderosos podem tudo. E às vítimas só resta o desconsolo de não serem plenamente defendidas.
Foto/destaque: Arquivo/COMUEL via Agência UEL de Notícias, com modificações do Sindijor Norte PR
Por José Maschio
Jornalista e presidente do Sindijor Norte PR. Foi editor do Jornal de Londrina, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e correspondente da Folha de S. Paulo.