A juíza Isabele Papafanurakis Ferreira, da 6ª Vara Criminal de Londrina, vai ser investigada em uma sindicância determinada pelo Corregedor-Geral, desembargador Luiz Cezar Nicolau, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). A informação foi antecipada pela CBN Londrina. Para a reportagem da rádio, a juíza não negou participação nos atos do dia 7 de setembro, onde manifestantes pediam pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que as “interpretações são distorcidas” e que pretende processar todos que estariam cometendo crimes contra a honra e fazendo discursos de ódio “alterando a realidade dos fatos”.
Em nova manifestação, desta vez para a Folha de Londrina, Isabele Papafanurakis Ferreira negou que tenha se manifestado pelo fechamento de “quaisquer dos Poderes constituídos do Estado”. Só que não é isso que os fatos apurados evidenciam. O jornalista José Maschio chegou a ser ameaçado por outra pessoa ao publicar uma foto onde a juíza aparece com uma faixa “Supremo é o povo“, clara referência à pauta antidemocrática que pede pelo fechamento do STF. Em outra postagem em seu perfil no Facebook, “Ainda sobre a juíza militante”, o profissional mostra mais fotos onde a magistrada aparece, desta vez com faixas mais diretas ao tema.
“Saneamento STF STJ e Con. Nacional“, “Fim da ditatura da toga e ativismo judicial“, “Fim do foro privilegiado – Prisão 2ª Instância Já“, “Voto impresso auditável já” e a cereja do bolo, “Apoiamos o Pres. BOLSONARO“, todas datadas do dia “07/09/21”. Na postagem, Maschio, o nosso “Ganchão“, lembra que “registrar fatos, com fotos públicas de uma manifestação pública não pode e nunca será motivo para processo por calúnia e difamação” e que a presença na manifestação demonstra que ela está em “desacordo com a imparcialidade do cargo”.
O Sindijor Norte PR e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) reforçam o seu repúdio à ameaça contra José Maschio e esperam que a sindicância do TJPR mostre que não há espaço para magistrados em atos antidemocráticos.