Em Centenário do Sul, norte do Paraná, as famílias moradoras do acampamento Fidel Castro inauguraram o Centro de Produção de Alimentos Saudáveis Antônio Tavares, neste sábado (2). O espaço tem cerca de 13 mil metros e vem sendo preparado com mutirões há algumas semanas. O objetivo de garantir a produção coletiva para venda e doação de alimentos agroecológicos durante o período de crise econômica e da pandemia do novo coronavírus.
A atividade também faz parte de uma campanha estadual que ocorrem neste sábado, em memória e protesto ao brutal assassinato do trabalhador rural Antônio Tavares pela Polícia Militar, em 2000. O crime ocorreu na BR 277, entre Campo Largo e Curitiba, em uma mega-operação policial ordenada pelo então governo estadual de Jaime Lerner. Além da morte do agricultor, o massacre deixou cerca de 300 pessoas feridas.
Segundo Ceres Hadich, da coordenação estadual do MST, a ação também reforça o compromisso do MST com a produção de alimentos saudáveis para o povo brasileiro. “Nosso jeito de rememorar esse passado de luto é fazer luta pela reforma agrária para uma vida melhor não só para os camponeses, mas para uma vida digna e saudável nas cidades, e isso só é possível com a democratização da terra”.
Desde o início da pandemia, comunidades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Paraná (MST) doaram mais de 84 toneladas de alimentos a famílias e instituições que já enfrentam a dificuldade de garantir alimento na mesa neste período de pandemia.