
Profissionais da imprensa foram incluídos no grupo prioritário para vacinação contra a Covid-19 em mais um Estado – desta vez, Goiás. O anúncio foi feito pelo Governador, Ronaldo Caiado, que divulgou a novidade em suas redes sociais. A partir de agora, 10% das doses de vacinas são destinadas a grupos específicos, que incluem profissionais de imprensa. Ainda segundo o Governador, “cada prefeitura vai poder decidir qual categoria incluir, dentro da realidade de cada município”.
Agora em Goiás 90% das vacinas que chegarem serão aplicadas nos municípios por faixa etária. 10% das doses serão aplicadas em grupos específicos, como lactantes, garis e profissionais da imprensa na linha de frente. É justo! A comunicação é nossa aliada no combate às fake news!
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) June 24, 2021
O sindicato que representa a categoria em Goiás, Sindjor Goiás, tinha enviado três ofícios à Secretaria de Saúde do Estado. Pelo menos um deles foi respondido em dezembro do ano passado, quando a solicitação foi negada. “Essa é a mesma quantidade de documentos encaminhados para Conselhos de Saúde, prefeituras e até para a Secretaria da Saúde do Paraná. Apenas a de Londrina respondeu, e também com negativa”, lembra Cecília França, secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR).
Em outra frente de trabalho, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também tem lutado para inclusão da categoria no Plano Nacional de Imunização e entregou, nesta semana, um abaixo-assinado pela vacinação às autoridades de Saúde e ao Congresso Nacional. “Subscrito por 7.222 pessoas até o dia 21 de junho, o documento reforça o entendimento de que jornalistas exercem, nessa pandemia, atividade considerada essencial em decretos Federal, estaduais e até municipais, e, por isso, estão sujeitos ao risco elevado de contaminação e óbito pela doença”, diz a notícia publicada no site da Fenaj.
Voltando a falar dos Estados, o Paraná ainda não se manifestou sobre o documento formulado pelo Sindijor Norte PR e outras sete entidades, inclusive patronais, que pede pela inclusão de jornalistas em listas prioritárias de vacinação. “Estão chegando até nós relatos de jornalistas que conversaram com alguns prefeitos, que apesar de terem autonomia de decidirem sobre a vacinação, dizem que vão consultar o Governo do Estado sobre a situação. Um empurra a situação para o outro e quem perde são os profissionais da imprensa”, conta Cecília França.
Enquanto municípios paranaenses e o Governo local seguem calados aos jornalistas, outras cidades e Estados brasileiros mostram o devido respeito à imprensa – apesar de tardio, a atitude representa um avanço para a categoria. “Mesmo a vacinação avançando por idade, isso tem se tornado um martírio para a categoria, assim como para todos os brasileiros que já deveriam estar vacinados não fosse a inoperância dos governos. Há jornalistas morrendo em nossos círculos enquanto seus colegas não deixaram de trabalhar um só dia. A informação é essencial e a proteção dos jornalistas também”, finaliza a secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindijor Norte PR.