A Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira) da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), que representa as Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial de SP, Município do Rio, DF, AL, PB, BA, MT, ES, Norte do Paraná, e o Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do RS, publicamente manifesta a perplexidade e indignação com o crime que resultou na morte da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista Anderson Gomes na noite da última quarta-feira (14), no Rio de Janeiro.

As investigações estão se iniciando. Será bastante grave caso se confirme que a vereadora foi vítima de um crime comum, ou seja, homicídio ou latrocínio. No entanto, será ainda mais contundente e inaceitável se ficar comprovado que o ato violento foi resultado de um crime de mando com motivações políticas.

Em ambas as possibilidades, devemos considerar que uma preciosa vida foi ceifada. Uma presença que continuará fazendo imensa falta a familiares, amigos e a nobre luta militante que Marielle se devotada. Essa lacuna permanecerá.

A parlamentar Marielle Franco estava em ascensão política. Ao se eleger, obteve a quinta maior votação no pleito municipal do Rio de Janeiro. Sobressaia na pauta em defesa da mulher negra, das comunidades faveladas e dos direitos humanos. Enfim, uma militância que teve a voz silenciada de forma brutal.

A Conajira conclama as autoridades constituídas a darem exemplo nesse episódio. Responsabilizar sob os rigores da lei os autores dessa infâmia. Que o povo do Rio de Janeiro não se sinta a mercê de bandidos, que covardemente se utilizam de equipamentos bélicos contra pessoas desarmadas e inofensivas do ponto de vista do código mais abjeto da violência urbana.

A firme e reconhecida atuação de Marielle Franco em defesa de comunidades fragilizadas precisa ser honrada. Não pode ficar impune.

Marielle foi morta na mesma data em que se comemora a data de nascimento de Abdias do Nascimento, ícone na luta pela igualdade racial. Logo, o 14 de março está vocacionado daqui por diante a ser um dia relevante para quem comunga com esses ideais.

MANIFESTO EM MARINGÁ

Em Maringá, pessoas que se revoltaram com a situação e grupos sindicais se reuniram para fazer um manifesto contra a violência na Praca Raposo Tavares, no centro da cidade. Confira os registros fotográficos de Valdete da Graça:

MANIFESTO EM LONDRINA

Já Londrina, manifestantes e entidades sindicais também protestaram contra a violência. Todos se reuniram na rotatória que fica entre as Avenidas Higienópolis e Juscelino Kubitschek. Além de lembrar da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista Anderson Gomes os participantes aproveitaram para mostrar a indignação pela morte do jovem Mateus Ferreira Evangelista, de 18 anos, que faleceu na madrugada do último domingo (11), em Londrina. As investigações indicam que o tiro que matou Evangelista possa ter sido disparado pela Guarda Civil Municipal.

Confira os registros fotográficos de Willian Casagrande Fusaro:

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