
Por José Maschio
O Paraná volta a sofrer com a ação de milícias armadas e não fardadas. Sob a complacência do governador Roedor Filho. O alvo, novamente, é o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).
Corremos o risco de vivenciar situações da época do governo Lerner, especialmente na virada do século. Nesse período o governo Lerner, com apoio de um Judiciário feudal, caçou e matou trabalhadores sem terra.
O nível de promiscuidade entre executivo, judiciário e latifundiários contra o MST era escancarada. Na megaoperação de despejos no noroeste do Paraná, em 2000, presenciamos a juíza que autorizou os despejos a comemorar com fazendeiros em Loanda.
Ao entrar no restaurante onde se comemorava os despejos, a juíza confundiu-me com um P-2 da PM de Lerner. E veio, com fazendeiros, a agradecer pela ação do governo Lerner. O episódio valeu um ´´Contraponto“ na página 3 da Folha de S. Paulo: ´´Justiça Cega“.
A diferença entre as ações do governo Lerner e agora no governo do Roedor Filho é preocupante: não temos mais repórteres da grande mídia a cobrir os fatos in loco. Isso gera, aos latifundiários, e seus jagunços, a certeza da impunidade.
Como a ação da última sexta-feira, em Quinta do Sol, quando lavouras do acampamento Valdair Roque foram destruídas por dois tratores (foto arquivo MST).
A destruição foi possível porque 14 homens armados, uns encapuzados, ameaçaram de morte os sem terra. Na chefia do bando, o latifundiário Victor Vicari Rezende, da Sabarálcool, empresa com grande passivo trabalhista.
Esse registro é para denunciar: qualquer morte do campo paranaense, será de responsabilidade do governador do Estado. Governo que é, claramente, contra a reforma agrária popular.