Sindicato identifica autor do atentado.

Um repórter cinematográfico da TV Band em Maringá foi atingido por uma bomba enquanto participava da cobertura de um protesto pela reabertura do comércio na cidade. A manifestação foi organizada por grupos de empresários do município, insatisfeitos com o decreto de fechamento do comércio devido à pandemia de COVID-19, o coronavírus.

Durante a gravação de uma passagem, repórter cinematográfico Cristiano Pietrangelo e o repórter Diogo Scamparini foram surpreendidos pelo artefato, jogado de um Toyota Corolla. “A bomba caiu próximo do meu pé, mas nem eu e nem o Diogo nos ferimos”, relatou o rep. cinematográfico. “Não conseguimos identificar quem jogou a bomba. Eu estava de costas e o Diogo também não viu. Só conseguimos ver que havia três homens dentro do carro”, afirmou Pietrangelo.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná fez uma investigação para descobrir o nome do condutor do Toyota Corolla preto que participou do ataque contra o repórter cinematográfico Cristiano Pietrangelo, que acompanhava o repórter Diogo Scamparini. A partir de imagens registradas pelo próprio repórter cinematográfico alvejado, foi possível cruzar informações de bancos de dados oficiais e chegar à família proprietária do veículo.

O explosivo foi arremessado de dentro de um veículo Toyota Corolla ano 2014/2015 com placas FIN-9H88, que segundos dados do Detran, foi financiado por Odacir Romero, mas no momento do ataque não era ela ao volante. Cruzando dados foi possível identificar o condutor do veículo, que se apresenta como Rike Romero, filho de Odacir. No Facebook ele se apresenta como perito judicial e corretor de imóveis e no Linkedin ele aparece como administrador da MF Autopeças.

Cristiano Pietrangelo afirma que ficou trabalhando durante todo o protesto e garante que até aquele momento não teve nada de anormal. “Foi bastante gente e estava tudo pacífico até que chegou o carro que estava no meio para bagunçar. Eu estava de costas, quando arremessaram a bomba. Ela bateu na minha perna e explodiu assim que caiu no chão. Os outros manifestantes logo apontaram de qual carro tinha partido a bomba e eu fui atrás com a câmera. Assim que cheguei perto vi três pessoas dentro do carro e havia uma caixa com bombas dentro. Aí tive certeza que eram eles. Quando perguntei o motivo deles terem arremessado uma bomba contra mim, eles levantaram o vidro da janela.”

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Londrina e região repudia veementemente esse ato criminoso. “É impossível não relacionar o acontecido com as declarações inconsequentes do presidente Jair Bolsonaro, que tem dado mostras e mais mostras de que quer ver o caos instaurado em todo o Brasil. Não podemos ser coniventes com atos assim de barbárie. É preciso que a população entenda que sem jornalismo não temos democracia e muitos profissionais não podem fazer quarentena enquanto outros pedem que o comércio seja reaberto em um momento grave assim”, aponta o diretor da entidade em Maringá, Ricardo Andretto.

Bolsonaro quer o fim do isolamento contra o coronavírus para que a “economia não seja prejudicada”, mesmo que isso custe a vida e a saúde de milhares de brasileiros e contrariando as orientações de seu próprio governo, em uma estratégia de diversionismo típica desta extrema-direita que chega ao poder em todo o mundo. Ao invés de se preocupar em criar formas de mitigar os impactos econômicos devastadores da epidemia, Bolsonaro incentiva sua militância fascista a causar o caos contra a população!

O delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial de Maringá, Adão Wagner Loureiro Rodrigues, afirmou que pedirá abertura de investigação contra o agressor.

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