
O Paraná, por meio de seus sindicatos representativos de jornalistas, segue na luta por direitos e valorização do trabalho. Entidades integram a Campanha Salarial Nacional Unificada, da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)
Os profissionais do Paraná acumulam 10,41% de perdas salariais desde 2020, com reajustes abaixo da inflação impostos pelos donos da mídia que tinham o receio de “quebrar” com variações econômicas durante a pandemia. Na boa-fé, jornalistas aceitaram em assembleias essas imposições, mas nunca se esqueceram do que ficou para trás. Os sindicatos de jornalistas estão, há pelo menos dois anos, pedindo mais intensamente a reposição desta inflação nos salários. O prejuízo financeiro é de quase R$ 20 mil (de 1º de maio de 2020 a abril de 2023 foram 4,59 salários perdidos – via DIEESE-PR).
Em pleno 2025, depois da boa vontade expressa por jornalistas na pandemia, o que se constata é que os empresários da mídia não quebraram. Pior: se beneficiaram do apoio dos governantes da época e de reduções financeiras – o que incluiu a questão da jornada e cortes nos salários de trabalhadores naquele período -, “economizaram” milhões em desonerações e NÃO MANTIVERAM EMPREGOS. Sim, jornalista, aquela conversa de manutenção de empregos é um conto que o vigário desfiou para você e que foi aceito sem hesitação, mas que não passou de uma ilusão.
E para onde nos levou essa boa-fé? Cinco anos depois, a quantidade de jornalistas nas redações diminuiu e a precarização aumentou, com o acúmulo ou por imposição de funções que ampliam a intensidade do trabalho, tomando conta de cada suspiro dos jornalistas. E os empresários? Continuaram a crescer, adquirindo novos veículos de comunicação, andando de helicópteros e jatinhos e até mesmo fazendo viagens a Roma… Las Vegas…
A mesma inflação que foi alardeada como sendo a ‘ruína’ dos donos da mídia no passado, é aquela cuja falta destrói a vida de jornalistas no presente, inclusive prejudicando a saúde mental e física da categoria. Ou seja: o que sobrou para uns, agora faz muita falta para outros. Durante a primeira mesa de negociação, em 27 de março, já demonstramos a angústia de não conseguir manter as contas de casa em dia, por termos que trabalhar preocupados em conseguir outras fontes de renda para suprir as necessidades ou, ainda, por estarmos sendo obrigados a abandonar a profissão em consequência dos riscos crescentes. Estamos cansados de sofrer ataques.
Não queremos ficar com o lucro dos patrões, mas queremos que nos vejam com mais humanidade. Afinal, quem informa o Paraná somos nós. Em pleno 2025, com a economia dando saltos positivos que a própria mídia, dos empresários, noticia por meio de jornalistas e depois de termos sido obrigados a ver e a aceitar tantos abusos, é hora de um basta.
Por isso, NÃO VAI TER ARREGO. Os 10,41% são só as perdas desde 2020. Os jornalistas esperam pela reposição disso, além da incorporação ao salário da inflação atual, que é estimada em 5,32% para a data-base (1º de maio). Há uma pauta de reivindicações da categoria, enviada aos donos da mídia há mais de um mês, que não foi respondida. Jornalistas querem respostas. E essas respostas devem incluir dignidade!
Os sindicatos que representam os patrões, Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Paraná (SERT-PR) e Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Paraná (SINDEJOR-PR), estimam enviar um retorno aos pedidos da categoria na próxima semana. É que muitos empresários costumam viajar e outros tiram até férias durante feriados prolongados. Mas enquanto eles viajam, quem trabalha e até dobrado são JORNALISTAS, afinal, a sociedade precisa de informação.
E quem são os representantes legítimos de jornalistas no Paraná? O SindijorPR e o Sindijor Norte PR. Os dois também não param e seguem atentos.
NOSSA LUTA É POR DIREITOS E VALORIZAÇÃO!
QUEM INFORMA O PARANÁ SOMOS NÓS!