
O Sindijor Norte PR lamenta profundamente a morte do fotógrafo e músico Bento Celso Ferraz Pacheco. Celso Pacheco, como era conhecido, nasceu em Paraguaçu Paulista, no interior de São Paulo, mas foi em Londrina que desenhou sua trajetória profissional. Trabalhou como fotojornalista no Jornal de Londrina e Folha de Londrina, mas também demonstrava seu lado artístico fotografando espetáculos de música, dança e teatro. Por muitos anos, foi o fotógrafo oficial do Filo (Festival Internacional de Londrina) e também registrou várias edições do Festival de Música de Londrina.
Além da fotografia, Celso Pacheco destacou-se na noite londrinense como violonista. Integrou a Banda Boa, que embalava o público ao som de clássicos do samba e da MPB, com a qual chegou a gravar um CD nos anos 2000, e a banda Mesa Pá 4.

Exímio cozinheiro, também exercia a gastronomia com paixão, preparando pratos carregados de afeto. A afetuosidade, aliás, era uma de suas marcas. Sempre cordial e gentil, cultivou inúmeras amizades nos veículos de comunicação londrinenses e no cenário artístico e musical.
Amigos há 25 anos, o proprietário do Bar Valentino, Valdomiro Chammé, lembrou de Pacheco com muito carinho. Eles mantinham um grupo de casais chamado EJ (Encontro de Jovens), que se reunia periodicamente para conversar e cantar. “Ele transitava por todos os círculos, tinha um olhar especial para a fotografia”, recordou Chammé.
“Profissionalmente, não tem o que falar. Há coisas marcantes que ele fez em relação ao Valentino. Quando o bar mudou de endereço e a casa de madeira ainda estava para ser demolida e transportada para o novo local, o Mesa Pá 4 fez um show inaugural, com todas as dificuldades que ainda tínhamos. Por N vezes fotografou o (projeto) Viva Elis (em homenagem à cantora Elis Regina). Para o Viva Elis de 2023, ele fez todas as fotos de divulgação, sempre com muito profissionalismo.”
Celso Pacheco morreu neste sábado (10), aos 59 anos, por complicações decorrentes de um acidente sofrido na última quarta-feira (7), enquanto fotografava. Deixa a esposa, Bel, o enteado, Raoni, e uma legião de amigos que movimentaram as redes sociais com homenagens.
“O Bento era um cara de coração tão enorme como o sorriso. Olhar precioso para a fotografia, mas nossa conexão era mesmo a música. Nos conhecemos há mais de 30 anos e não nos largamos mais. Com seu violão precioso e versátil percorremos juntos uns tantos segmentos da música popular nesses 30 anos de aventuras musicais, do sertanejo ao samba, a bossa nova e a mpb. Só com a Banda Boa foram 10 anos. Mas Celsinho foi muito além, acompanhou outras cantoras, participou de formações jazzisticas como o MesaPá4, que fazia um jazz Brasil, e também participou do Poucas e Boas que fazia jazz manouche muito bom. Gravou CDs com todas essas formações. Mas o bom mesmo eram os encontros informais com os amigos, muitos deles músicos, toda semana, cada vez na casa de um de nós, iam agregados, família criançada, tudo junto, e isso durou muitos anos, ali é que o bicho pegava, música corria solta, com muito som, improvisos, vozes e risadas. Chamamos esses encontros de EJ (encontro de jovens) como se fosse nossa religião. Fica um rombo enorme no coração.” – Neli Belotti, que foi vocalista da Banda Boa.
O corpo será cremado no Parque das Allamandas, em Londrina, mas ainda não foram divulgados a data e o horário do velório.
Colaborou com a redação desta nota: Simoni Saris