7 de abril, Dia da/do Jornalista! Como é de se esperar, muitas pessoas vão estar postando homenagens, citando frases de impacto e exaltando o papel das trabalhadoras e dos trabalhadores. Entre essas vozes, há quem passe o ano todo atacando jornalistas. Neste dia, a imprensa não se faz sem jornalistas e nos tornamos essenciais para essas pessoas. Sabemos quem são, de políticos a empresários, alguns até donos da mídia. Isso sem contar a covardia dos que se escondem por atrás de um perfil em redes sociais.
Amanhã tudo muda. Tudo volta ao “normal”. E o que está no dia a dia deste “normal” que ninguém quer ver? Jornalistas trabalhando com salários baixos, cargas de trabalho absurdas, lidando com vagas que desaparecem, redações que fecham, entre outros ataques. Enquanto empresas, donas da imprensa, faturam alto com publicidade e marketing, o jornalismo segue na luta para sobreviver. Porque, no fim das contas, muita gente gosta da informação, mas pouca gente valoriza quem está realmente por trás dela.
E ser jornalista não é só escrever um texto ou falar em um microfone. É algo que exige estudo constante. E sim, ensino superior é necessário, mas não só portamos diplomas, seguimos aprendendo pelo resto da vida. Cada nova pauta exige uma imersão. Precisamos encontrar as fontes certas, checar, rechecar e conferir ainda mais antes que a informação chegue até a população. A jornalista e o jornalista não podem errar. Mas todo esse trabalho é tratado como algo banal.
No discurso, a imprensa é “o pilar da democracia”. Na prática, jornalistas são descredibilizados, silenciados e até ameaçados. Alguns perdem o emprego. Outros perdem a saúde mental e a vida.
Então, no Dia da/do Jornalista, não adianta só postar os parabéns e seguir ignorando a realidade dessa profissão. O reconhecimento tem que ser diário. O respeito tem que ser real. Informação de qualidade não cai do céu, tem gente por trás disso. E essa gente merece muito mais do que uma homenagem de um dia só.
Texto enviado por uma jornalista ao Sindijor Norte PR e publicado com alterações de Ricardo Andretto Fonseca, representante da categoria.