
O Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm expressar suas sinceras solidariedades aos repórteres da Rede Massa de Londrina Juliana Lucilha e Altair Souza – este, membro deste Sindicato –, impedidos, por mera deliberação de quem ocupa a presidência da Câmara de Vereadores de Londrina, Emanoel Gomes (Republicanos), de participar de uma entrevista coletiva por não gostar de receber críticas públicas.
O ato do presidente do Legislativo de Londrina configura uma grave afronta à liberdade de imprensa e ao direito de informação. Não importa, no contexto das críticas que o levaram à atitude autoritária que teve, o que pensa o presidente do Legislativo local. Os questionamentos de suas ações na condução da Casa são salutares à democracia, que só é desenvolvida quando existe – justamente – liberdade de imprensa.
Após ser constrangida por Emanoel Gomes na frente de outros colegas de profissão, a jornalista Juliana Lucilha, que tem mais de 20 anos de atuação na imprensa, chegou a se emocionar ao desabafar publicamente sobre a situação em uma transmissão da afiliada do SBT no Paraná. Emanoel não só desrespeitou uma trabalhadora, Juliana, como também a própria população de Londrina, cidade ao qual o parlamentar foi eleito e tem cargo público.

O Sindijor Norte PR e a Fenaj manifestam repúdio à atitude do presidente da Câmara. Ao cercear jornalistas, Emanoel também desrespeita a própria população do município paranaense ao qual foi eleito, restringindo a prestação de contas com assuntos de públicos apenas a seus interesses pessoais.
A atitude autoritária e discricionária de Emanoel Gomes aconteceu na sexta-feira (12), apenas três dias depois de o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta, filiado pela Paraíba ao mesmo partido de Gomes – ressalte-se, se necessário, o Republicanos – considerar-se maior que a Democracia e, entre outros desmandos, permitir a agressão de jornalistas na maior Casa do Povo.
Motta quis impedir a cobertura do protesto de Glauber Braga (Psol-RJ) antes da votação de sua punição após passar pelo Conselho de Ética. Emanoel, em seu âmbito, quis ofuscar um simples aumento de seu controle sobre o Legislativo ao criar mais R$ 2 milhões de gastos para quatro novos cargos comissionados e algumas dezenas de gratificações.
Ao analisar a situação, não podemos aceitar que um homem público, REMUNERADO com dinheiro dos contribuintes, rejeite-se a ser submetido a uma entrevista só porque não gosta de estar sob imediato escrutínio público, sem seu controle. Assim como não é permissivo que um presidente de uma Câmara Federal permita agressões a jornalistas só porque não são convenientes.
É preciso lembrar que esta não é a primeira vez que o Legislativo londrinense é palco de ações que buscam intimidar a imprensa. Em dezembro de 2017, por exemplo, o então vereador Jamil Janene (PP) ameaçou e atacou publicamente, durante sessão da Câmara, o repórter Guilherme Marconi, da Folha de Londrina, em represália a uma reportagem sobre um projeto de lei.
Na ocasião, o Sindijor Norte PR e a Fenaj repudiaram a conduta de Janene, classificando-a como “um atestado cabal da falta de compromisso com a transparência”. O fato de um comportamento condenável se repetir, agora na figura do presidente da Casa, mostra um desprezo preocupante pelo papel da imprensa livre.
