Simpatizantes do candidato à presidência Jair Bolsonaro têm acirrado suas manifestações em favor de seu candidato, mas alguns têm extrapolado e têm atacado jornalistas em vários episódios, como foi o caso da jornalista que publicou matéria denunciando esquema de publicações massivas por meio de redes sociais, e vem sendo perseguida por eleitores do candidato do PSL.
Em uma rede de TV de alcance nacional também existem relatos de assédio moral ao tentar imputar aos profissionais pautas claramente tendenciosas em favor de determinado candidato.
No Paraná também existem relatos de tentativas de intimidação contra profissionais da imprensa local, numa clara afronta ao direito de trabalhar e do livre exercício de informar a população sobre o andamento do processo eleitoral.
Os jornalistas frequentemente têm sido tomados como alvo da irracionalidade dos manifestantes, que injustamente os associam diretamente à postura editorial dos veículos para os quais trabalham. Tais ataques configuram um atentado grave à liberdade de imprensa, direito essencial para o exercício da democracia nesses tempos sombrios.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná repudia qualquer ato de intimidação ou de agressão para cidadãos em geral, mas a agressão a quem tem a missão de informar a população enseja um ataque a um dos pilares constitucionais sobre o qual este País está edificado e um claro ataque aos princípios democráticos que devem nortear a conduta da nação.
Solicitamos às autoridades competentes o acompanhamento mais próximo dessas manifestações. O candidato Jair Bolsonaro demonstrou inúmeras vezes desprezo pelo processo eleitoral democrático, prática recorrente de parte de sua militância em todo o Brasil por influência direta do próprio discurso do candidato. O Sindicato dos Jornalistas repudia essas ações e posiciona-se a favor da democracia. Exigimos respeito e garantias ao exercício da profissão de jornalista.
“Tira o poder do ministro do STF”
O sindicato repudia também a conduta do candidato do PSL, que inúmeras vezes incentivou tal comportamento e também condena a fala do deputado Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, proferida em evento em Cascavel, sugerindo fechar o STF (Supremo Tribunal Federal) no caso de tentativa de impugnação da candidatura de seu pai com o auxílio de um “cabo e de um soldado”, numa clara afronta às instituições democráticas.
Tamanho disparate evidência uma conduta beligerante que incentiva a perseguição à imprensa.
Londrina/Maringá, 21 de outubro de 2018
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná