O jornal está em processo de recuperação judicial, situação essa criada pelos desmandos empresariais do filhinho do papai (Michel Vieira da Silva). O papai (Franklin Vieira da Silva) retoma a direção do jornal e encontra uma fácil solução para enfrentar a crise criada pelo filho: deixa de pagar salários.

Os trabalhadores de menos recursos ficam com necessidades básicas não atendidas. A solidariedade dos colegas mais bem aquinhoados e da sociedade garantem cesta básicas a eles. Mas contas de água, luz, e demais deixam de ser pagas.

A redação entra em greve. A direção do jornal contrata (pagamento ilegal e sem respeitar o piso da categoria) desesperados para suprir a carência de mão de obra. Não sabem quando e como irão receber, os fura-greves. E mais: contrata empresa de segurança terceirizada para defender seu patrimônio.

Mas não basta ser empresário falido. Tem que ostentar. E a filha (Lucienne Vieira da Silva), também colunista social, invade as redes sociais para afrontar os trabalhadores sem salário. Posta fotos de vôos de helicóptero e de suas férias no Nordeste brasileiro.

E mais: fazem retiradas milionárias para os sócios, em uma afronta à lei de recuperação judicial, sob o olhar complacente, senão cúmplice, do administrador judicial indicado pela Justiça.

Em suma. Um resumo do empresariado nacional, na estranha social democracia brasileira. Eles, empresários, privatizam os lucros e “socializam” os prejuízos. Ou com o Estado, paternal, ou com o suor e os salários dos trabalhadores.

Por José Maschio

Jornalista aposentado, José já foi editor do Jornal de Londrina, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e correspondente da Folha de São Paulo

 

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