Os Sindicatos dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) e do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) estão atentos aos últimos acontecimentos na Gazeta do Povo e não irão tolerar qualquer tentativa de intimidação ou retaliação aos mais de 120 trabalhadores e trabalhadoras que se manifestaram internamente sobre a manutenção do colunista Rodrigo Constantino, um defensor do estupro, nos quadros da empresa – clique aqui e saiba mais sobre o assunto no The Intercept.

Nesta semana, Constantino disse que, caso sua filha alegasse ter sido estuprada, mas tivesse bebido antes de sofrer a violência, ele a colocaria de castigo e não denunciaria a situação. O comentário, feito após a absolvição do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar uma jovem no Cafe De La Musique, em Florianópolis, motivou a demissão do colunista do Correio do Povo, da Rádio Guaíba e até mesmo da Jovem Pan e da TV Record, alinhadas ao bolsonarismo.

Os Sindicatos também repudiam a decisão da direção do jornal, que contraria suas próprias “convicções” e, mais do que isso, afronta o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, especialmente quanto ao artigo sexto, a saber:

É dever do jornalista:

I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A postura do jornal, é importante destacar, também legitima as declarações de Constantino, no sentido de que seria possível relativizar a violência sexual praticada contra mulheres em condição de vulnerabilidade.

Além disso, ao ignorar o apelo dos trabalhadores e das trabalhadoras, a Gazeta do Povo se alia ao que existe de mais retrógrado em termos de violência de gênero e misoginia, de certa forma praticando também uma violência de ordem moral contra os e as profissionais da empresa.

Via SindijorPR

Imagem: succo via Pixabay

Compartilhe: