Sindicatos patronais manifestaram a intenção de insistir na diferenciação entre profissionais e na precarização da atividade jornalística no Estado

O SindijorPR e o Sindijor Norte PR abriram as negociações para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2022/2023 com os sindicatos patronais em uma reunião online realizada na quinta-feira (26 de maio). Representantes dos trabalhadores se reuniram com o presidente do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Paraná (Sert), Cezar Telles, e com a advogada Rita de Cácia de Medeiros Guerim, que defende os interesses do Sert e do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Paraná (Sindejor) nas negociações com os jornalistas.

Durante a reunião, o SindijorPR e o Sindijor Norte PR reiteraram o rechaço à contraproposta apresentada pelos empresários e que já havia sido negada em documento enviado aos patronais. Os Sindicatos que representam jornalistas profissionais também lamentaram, mais uma vez, o fato da pauta de reivindicações dos trabalhadores ter sido completamente ignorada.

Em nome das empresas, Rita enfatizou que os patrões pretendem insistir em: diferenciar o salário pago aos jornalistas já contratados daqueles que ainda entrarão nas empresas, por meio do congelamento do piso para as novas contratações; retirada da obrigatoriedade do registro profissional para o exercício das funções jornalísticas nas empresas do Estado, o que na prática precariza a profissão e abre caminho para a atuação de pessoas sem formação; e ainda, contratar estudantes de Jornalismo como estagiários desde o primeiro ano da faculdade, o que contraria as normas federais relacionadas ao estágio em Jornalismo e que é passível de responsabilização das empresas.

Na reunião, SindijorPR e Sindijor Norte PR disseram que não aceitam a diferenciação dos salários tampouco a retirada de cláusula que prevê necessidade de registro profissional em contratações de jornalistas. Sobre o estágio, alertaram sobre problemas que a proposta poderia causar.

Entre outros temas, Rita de Cácia também falou sobre a retirada do anuênio da CCT, admitindo inclusive que esse seria um “ganho real”. Os Sindicatos que representam jornalistas alertaram que não aceitam a exclusão e que o tema já foi superado em negociações coletivas anteriores. Há pedido também para diminuir o valor pago por horas extras e para interferir na liberação de dirigentes sindicais.

Ainda durante a abertura das negociações, foi firmado o compromisso de que os sindicatos patronais irão rever vários pontos da contraproposta apresentada por eles, farão ainda uma análise junto às empresas que contratam jornalistas, além de apresentar uma nova proposta aos sindicatos de trabalhadores até a próxima semana, cujo último dia útil é a sexta-feira (03/06). Para o SindijorPR e o Sindijor Norte PR a intransigência patronal em aspectos que criam distinção entre trabalhadores e aprofundam a precarização no setor trata-se de mais forma de afronta à categoria que trabalha na geração do principal produto comercializado pelas empresas de Comunicação do Estado.

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