Os jornalistas do Paraná acumulam perdas salariais desde 2020. Isso porque os donos da mídia impuseram prejuízos ao não reajustar salários com o total da inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em alguns anos e, também, por arrastar a negociação de novas Convenções Coletivas de Trabalho e não pagar retroativamente à data-base, 1º de maio. Em 2024, profissionais pedem que isso mude, com o reajuste mínimo considerando a inflação e com a recomposição de perdas.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR) já alertaram as trabalhadoras e os trabalhadores do valor que “ficou para trás”. Desde 2020, com reajustes abaixo da inflação e atrasos, jornalistas perderam mais de R$ 19 mil de acordo com um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (DIEESE-PR) produzido a pedido dos Sindicatos. Em valor percentual, o acumulado de perdas no salário no período de maio de 2020 a maio de 2023 é de 10,41%. Além disso, ao longo de 12 meses, e considerando o 13º salário e FGTS, profissionais deixam de receber quase 1 salário e meio, um total de R$ 6.346,32.
Reajustes médios
De acordo com os boletins “De olho nas negociações”, divulgados pelo DIEESE, a variação real média dos reajustes salariais no Brasil já chegou a 1,91% acima da inflação do INPC em janeiro deste ano. O reajuste necessário para categorias com data-base em março de 2024 e que utilizam a mesma referência de inflação tem o valor percentual de 3,86%. Se levar em consideração as médias atuais, o reajuste mínimo aos jornalistas do Paraná deveria ser de pelo menos 5,77% (3,86% + 1,91% de correção de perdas).
A data-base dos jornalistas é 1º de maio. O SindijorPR e o Sindijor Norte PR seguem na expectativa de um retorno a uma reunião que aconteceu em 26 de março com representantes dos patronais, Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Paraná (SERT-PR) e Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Paraná (SINDEJOR), para avançar na renovação da CCT 2024/2025. Trabalhadores e trabalhadoras do Paraná querem manter cláusulas da Convenção e pedem avanços na negociação da questão econômica.
Campanha Salarial Nacional
Tanto o SindijorPR quanto o Sindijor Norte PR aderiram à Campanha Salarial Nacional Unificada dos Jornalistas, um esforço coletivo que envolve a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). Entre os principais eixos da Campanha estão o aumento real de salários e a correção de perdas salariais. Há mais itens que são considerados nacionalmente, mas que já são atendidos pela atual CCT dos jornalistas no Paraná, como a questão do respeito à carga horária, remuneração de horas extras e contratação de jornalistas diplomados, questões que são fiscalizadas pelos Sindicatos.
Outros pontos previstos na Campanha Salarial Nacional Unificada dos Jornalistas não serão alvos de discussões para a CCT 2024/2025 no Paraná caso os patronais aceitem o acordo de voltar a negociar somente a questão econômica neste ano. A decisão foi tomada em assembleias realizadas nas bases compreendidas pelo SindijorPR e pelo Sindijor Norte PR no dia 29 de fevereiro.
Com informações de boletins do DIEESE