Em meio à maior crise sanitária vivenciada por esta geração, empresas e empresários continuam a precarizar ainda mais a vida dos trabalhadores. Vide a Folha de Londrina que, desde janeiro, retomou a “política” de pagamento parcelado dos salários dos jornalistas. Há três meses, os profissionais não sabem quanto vão receber no quinto dia útil, se dois terços, se metade.

Em fevereiro, logo no primeiro atraso do ano, publicamos nota repudiando a atitude da empresa, que se refestelou durante nove meses com a redução salarial de sua equipe garantida pelo desgoverno Bolsonaro. Acionamos o Ministério Público. Agora, somos obrigados, como representantes da categoria, a nos repetir.

O desrespeito do empresário José Nicolás Mejía pelos profissionais da redação beira o incompreensível, visto que o trabalho jornalístico é a base de sua empresa. Setor considerado essencial durante a pandemia, o jornalismo não parou um só dia. De casa ou da empresa – cujas instalações não oferecem condições sanitárias e de segurança adequadas – os jornalistas da Folha de Londrina seguem trabalhando com empenho.

Não é a primeira vez que a Folha de Londrina não honra seus compromissos com os funcionários. Os “calotes parciais” começaram em novembro de 2019, quando um a cada quatro jornalistas foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias e foram processados pela empresa. Isso mesmo, o ex patrão processou os demitidos. Perdeu, claro. Mas dificultou o acesso dos profissionais a seus direitos, como faz novamente agora, com os ainda contratados.

Além de não reconhecer os esforços de seus jornalistas, que exercem função essencial desde o início da pandemia, a Folha de Londrina não oferece local seguro para os funcionários, bem como menospreza o risco de contaminação dos mesmos pela covid-19. Com recordes de óbitos e internações, insiste em manter seus jornalistas na redação, continua a mandá-los cobrir manifestações na rua e a disseminar discursos contrários à realidade da redação, onde já foram detectados ao menos sete casos da infecção – um deles de alta gravidade.

Salário é um direito de natureza alimentar. O empregado depende dele para viver. O Sindijor Norte PR se solidariza com os jornalistas da Folha de Londrina e reforça seu empenho na solução deste imbróglio que, no fim das contas, é um atentado à vida dos trabalhadores

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