Por meio das redes sociais, jornalistas em greve do O Diário, de Maringá, falaram sobre a ação solidária de arrecadação de cestas, iniciada na última terça-feira (20), para funcionários de outros departamentos da empresa.

“Você quer entender por que nós, jornalistas do O Diário, em greve desde 7 de fevereiro, fizemos uma campanha para arrecadar cestas básicas? Então, leia com atenção o relato do colega jornalista Luiz de Carvalho. Não é apenas conosco, da redação, é também com esses trabalhadores mais necessitados que aqueles que furaram essa greve justa e não se solidarizaram”, diz Luiz Fernando Cardoso, ao abordar o texto de outro profissional em greve. “Se você conhece alguém da diretoria do O Diário, mostre isso para eles também”, finaliza Cardoso ao compartilhar o conteúdo.

Confira o relato de Luiz de Carvalho:

Jornalistas de O Diário do Norte do Paraná que estão em greve há duas semanas para exigir que a empresa pague, a todos seus cerca de 100 funcionários que ainda restam, os salários atrasados, fizeram nesta terça [20] e quarta-feira [21] a entrega de cestas básicas a funcionários de diversos setores do jornal que estão em dificuldades por falta de pagamento.

O Diário, que até três anos atrás era um dos jornais mais rentáveis do Sul do Brasil, vem atrasando salários há quase dois anos, há um ano e oito meses não deposita o Fundo de Garantia de seus funcionários e não pagou o 13º. Alguns empregados ainda não receberam os meses de novembro, dezembro, janeiro e mais o 13º salário.

As cestas foram doadas por diretores do Sindicato dos Bancários, vereadores, comerciantes e até mesmo por outros jornalistas que se solidarizam com os grevistas e ajudam a amenizar o sofrimento de trabalhadores que vivem problemas porque não conseguem receber pelos meses trabalhados e nem podem pedir demissão porque O Diário não está fazendo acerto de contas e nem mesmo dando baixa na Carteira Profissional dos que querem sair.

Ao receberem as cestas, muitos disseram que estão com aluguéis atrasados, energia elétrica cortada por falta de pagamento, precisando comprar remédios ou gás. Chorando, ao receber uma cesta, uma funcionária contou que não tinha levado marmita para almoçar na empresa porque havia acabado a comida em sua casa.

Segundo eles, muitos dos problemas continuam, mas com as cestas básicas doadas pela comunidade pelo menos suas famílias não passam fome.

Nesta quinta-feira (22), os jornalistas fizeram mais um dia de entrega de cestas básicas aos colegas. A doação é para os funcionários que ganham entre um e dois salários mínimos e enfrentam sérias dificuldades devido à falta de pagamento dos salários.

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