O jornalista José Maschio, indiciado em um inquérito absurdo da Polícia Civil, recebeu uma moção de apoio da Comissão de Direitos Humanos e da Cidadania da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). O documento, que é assinado pelo presidente da Comissão, deputado Tadeu Veneri, cita que o indiciamento do profissional foi fundamentado por uma publicação em redes sociais sobre a participação de um membro do Poder Judiciário em manifestação pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se da juíza da 6ª Vara Criminal de Londrina, Isabele Papafanurakis Ferreira Noronha, que foi flagrada em ato claramente contra as instituições democráticas e ainda se achou no direito de reclamar. Se a justiça é cega, os jornalistas não são.

A magistrada em questão responsabiliza Maschio, o nosso Ganchão, por calúnia e difamação pelo simples fato de noticiar o caso. Em foto compartilhada pelo jornalista, ela aparece ao lado de outras quatro pessoas com uma faixa “Supremo é o povo”, utilizada por manifestantes no dia 7 de setembro que, entre outras coisas, pediam o fechamento do STF. A participação de uma juíza em ato político-partidário – a notar pelo discurso antidemocrático de seus participantes – causou espanto no jornalista e nas pessoas que acompanharam o relato do profissional.

Foto: Reprodução Redes Sociais

Alguns indivíduos, esses sim, se excederam ao opinar sobre o caso e fizeram ataques a Isabele Papafanurakis Ferreira Noronha nas redes de Ganchão, conduta contra a qual o Sindijor Norte PR também se opõe. Por outro lado, igualmente inaceitável foi a conduta da magistrada, apenas noticiada pelo jornalista. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vê com perplexidade a atitude da juíza, que foi quem procurou a Polícia Civil, em querer imputar ao jornalista culpa sobre sua própria conduta, que vai contra a Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Isabele está sendo investigada em sindicância do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) por isso.

Ganchão chegou a ser ameaçado antes do indiciamento que sofreu. O documento da Comissão de Direitos Humanos e da Cidadania da ALEP cita que há “necessidade de defender a liberdade de imprensa, sendo inadmissível que jornalistas sejam hostilizados e ameaçados na prática de seu ofício”. Ofício esse que é praticar o jornalismo, noticiar fatos. Quando em ambiente pessoal, há ainda outra liberdade, a de expressão sobre este assunto “Insano, muito insano!“, como disse Ganchão. Cabe, agora, ao Ministério Público se manifestar sobre o caso e que a razão prevaleça com a não continuidade da ação, completamente inconstitucional.

“[…] expressamos total solidariedade e apoio ao jornalista José Maschio e repudiamos atos que impeçam ou frustrem a exposição de fatos por jornalistas, o que viola os direitos fundamentais de todos os cidadãos, além de afrontar o Estado Democrático de Direito.”

Leia a nota da ALEP na íntegra:

Baixe a Moção de Apoio ao Jornalista José Maschio clicando aqui .

PELO BRASIL

Mais esse capítulo maluco na história do jornalismo brasileiro, que sofre com perseguições desde os tempos da ditadura, foi relatado por diversos sites e entidades. Confira:

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