O Feirão da Resistência e da Reforma Agrária completa – neste mês – quatro anos. A iniciativa nasceu em junho de 2017 da articulação entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR) e o Movimento dos Artistas de Rua de Londrina (MARL). Presencialmente, a iniciativa oferecia – além da comercialização de produtos da reforma agrária – oficinas e apresentações artísticas de dança, música, lançamento de livros, contação de história.

A proposta era realizada no Canto do MARL, reunindo produtos agrícolas e culturais. “Funcionava como um espaço de arte, de cultura, de integração entre campo e cidade. Tornou-se uma referência cultural”, afirma Jovana Cestile, produtora do Assentamento Eli Vive e uma das coordenadoras do Feirão. Ela ressalta que, além da comercialização, o Feirão é um espaço de resistência. “Um espaço de articulação da militância progressista de Londrina. Além das atividades culturais, tivemos debates sobre educação, saúde, conjuntura.”

No entanto, a pandemia de Covid-19, causada pelo novo coronavírus, mudou os rumos do projeto, que deixou de ser presencial e tornou-se virtual. Jovana Cestile afirma que fazem falta os encontros presenciais, pelo Feirão ter se tornado um espaço de convivência. “A gente sente falta de poder se encontrar, se abraçar, de rir”, comenta a coordenadora. Todo o trabalho de organização e de divulgação das edições do Feirão é voluntário, realizado por parceiros.

As edições são quinzenais e os interessados devem preencher um formulário virtual, escolhendo os produtos da sua preferência ou optar pelas cestas fechadas, cujos itens são indicados no momento da compra. Os produtos podem ser retirados no Canto do MARL (Avenida Duque de Caxias, nº 3.241. Londrina/PR) ou recebidos, mediante uma taxa, no endereço indicado pelo consumidor. Os links são disponibilizados de domingo a quarta-feira.

A iniciativa reúne cerca de 20 famílias produtoras dos assentamentos Eli Vive, de Londrina, Maria Lara, de Porecatu, e Acampamento Fidel Castro, de Centenário do Sul. O Feirão oferece produtos in natura dos assentamentos como verduras, legumes, raízes, ovos e frangos caipiras, conservas, queijo, compotas, geleias. Entre as opções, também estão itens processados pelas cooperativas do MST, como produtos lácteos, derivados de cana, de milho, arroz e feijão.

Jovana Cestile destaca que quando um cliente adquire um produto da reforma agrária, está fortalecendo os assentamentos e, também, a luta pela terra. “Sempre foi difícil, mas nesse momento está mais difícil ainda. O governo vem destruindo todas as políticas públicas voltadas para a reforma agrária e para a produção de alimentos”, afirma ela. “O Brasil corre, hoje, um sério risco de desabastecimento.”

Os produtos do Feirão visam o processo agroecológico, sem o uso de agrotóxicos. “Uma parte, inclusive, é certificada como produtor orgânico”, afirma Jovana Cestile, que complementa que a maioria dos produtores ainda não é certificada. “A certificação é um processo muito difícil de conseguir.” Segundo ela, os preços levam em conta dois fatores. Primeiro, que remunere de forma justa os produtores e segundo, não seja abusivo para o consumidor.

Para acompanhar as edições do Feirão da Resistência e da Reforma Agrária, os interessados podem cadastrar seu contato de celular via WhatsApp pelo número (43) 99189-3257 e, assim, receber as informações. O acompanhamento pode ser feito, também, pela página no Facebook do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Artistas de Rua de Londrina.

Texto/foto via Vereadora Lenir de Assis

Compartilhe: